FERRYBOAT: da esquerda para a direita, Ferreira, Alberto e Rolando.
Ao fundo o ferryboat/balsa que faz a travessia Caiobá-Guaratuba.
***Adendos ao Diário de Bordo do Ferryboat, pelo magnifico,
soberbo, fantástico e humilde baterista Rolando Castello Junior
Este é um projeto que venho pensando há anos. Tenho muitas
músicas guardadas e acho que se eu não fizer nada por elas, elas nunca sairão das
minhas gavetas. Este repertório, com canções antigas, algumas da década de
1.980 e outras deste ano de 2012, não tem ou não teve espaço em nenhuma das
bandas que toquei ou que ainda toco, seja o Beijo AA Força(BAAF), o Maxixe
Machine, Os Marlenes ou ainda algum outro projeto que não passou de alguns
ensaios performáticos.
Sempre me agradou o formato de power trio
para uma banda de rock, vivi grandes momentos musicais com o Beijo AA Força
neste formato e tenho saudades sinceras.
A casa de praia de minha mãe no Balneário
de Corais, entre Matinhos e Praia de Leste tem uma arquitetura muito
interessante, não pelo apuro estético, mas pelo fato de ter sido construída
aproveitando um corredor de passagem para fazer a sala, o que fez com que um quarto ficasse com a janela para a
sala, uma perfeita sala técnica, além do fato de ter um forro metade madeira,
metade laje que contribui para uma boa acústica, sempre quis gravar um disco na praia, sem contar que não
preciso pagar aluguel e o sossego do balneário fora da temporada de verão é
muito apropriado.
A escolha do baterista foi fácil pra mim,
pois desde o primeiro vinil do BAAF que contou com
a participação do Rolando Castello Junior em algumas faixas
me deu a certeza de que um dia faríamos algum projeto juntos. O baixista era
para ser o Eugênio KF, que tocou na
Cores d'Flores, pelo músico talentoso
que é e também pelo seu conhecimento técnico de gravação, o que me ajudaria um
bocado neste projeto, já que eu não ficaria sozinho com a responsabilidade de
montar, ligar, microfonar, tocar e operar a técnica toda, algo que considero
muito aborrecido. Ele até veio à minha casa dois meses antes das gravações na
praia e junto gravamos com voz e violão, em seu próprio equipamento, um repertório inicial de 27 canções que enviamos
para o Rolando tomar conhecimento e ele também. Depois disso o cara sumiu e até
hoje não deu notícias, sei lá o que se passou. O importante é que o meu velho amigo
e parceiro de estrada Alberto Lins, baixista do Maxixe Machine, se dispôs a
viajar conosco e foi muito bom.
A produção toda foi possibilitada porque fui contratado
pelo meu amigo Francisco Cardoso para fazer a trilha sonora de seu filme “A
Lata Lá”, um documentário interessante
sobre catadores de latinhas de alumínio. No momento em que ele me fez o convite eu visualizei a
materialização da gravação de todo o repertório na praia. Valeu Xico,
agradecemos a preferência!
Agradeço sincera e imensamente a gentileza e a generosidade
das pessoas que me ajudaram a realizar este projeto: meus parceiros músicos,
minha compreensiva família e o bom Deus que permitiu essa coisa toda .
O que narrarei daqui pra frente é praticamente uma ação
entre amigos, regada a cervejas, neblina, chuva, sol, poucas ressacas, algumas
dores lombares e muito rock and roll.
*foto tirada no modo automático, "A CHEGADA".
PRIMEIRA NOITE – segunda feira, 30 de julho de 2012.
Antes dessa primeira noite, para mim houve a night before, em homenagem a meu novo amigo Albert,
aqui ignorada pelo LAF do BAAF, que foi o fato de eu ter que adentrar na
terrível zona de tambores e ferragens do Rolando, em verdade essa zona toma
conta de 50% do território que habito, que são dezenas de bags de bateria, de
variados tamanhos e pesos, tarefa não aconselhada para bateristas veteranos,
sem a assistência do imprescindível assistente, vulgarmente conhecido como
roadie, assim o tive que fazer, porque apesar do generoso empréstimo da bateria
do Mola Jones, eu precisava levar alguns acessórios extras para dar uma cor extra nas gravações da batera.
Desnecessário dizer que o que eu precisava estava no
último bag que abri, Marshall Law.
Para que houvesse essa primeira noite, teve que haver o
primeiro dia, no qual cruzei os céus do Brasil desde Brasília para Curitiba,
mais uma vez no check in me deparei com o funesto, excesso de bagagem, valores
escorchantes que as companhias aéreas cobram, para que os pobres bateristas
transportem seu instrumento de trabalho.
Viagem realizada com tranquilidade, voo direto, uma
maravilha, chego a cidade que mais amo no Brasil Curitiba, não tenho tempo
sequer de apreciar a cidade, sou colocado na Parati e imediatamente levado ao
litoral paranaense.
Ao chegarmos por lá, o LAF do BAAF, teve a brilhante
ideia de um brindezinho de confraternização, e lá se foi a garrafa de Vat 69 e
junto com ela nossos neurônios e resistência física.
foi um dia cansativo, enfim vai começar a trabalheira toda...
Um brindezinho inocente para confraternizar, mais uma... mais uminha, a primeirinha das inúmeras saireirinhas...
a saideira, tá bom, a penúltima, antepenúltima... mas quem está contando?
Friends will be friends... a cozinha entrozada da FERRYBOAT. Isso é fundamental.
À esquerda o baixista Alberto (Kiko) Lins e à direita o baterista Rolando Castello Junior.
Chegamos em
2 carros completamente carregados: o Pallio do Alberto, o baixista/auxiliar
técnico/assistente de produção/roadie/motorista, enfim, grande brother, e a
Saveiro que foi do meu pai, onde viemos eu e o Rolando, enfrentamos uma chuva
chata e uma neblina muito densa que nos
assustou um pouco na serra.
Descarregamento
de material a partir das 22:30, quando chegamos e abrimos uma garrafa de VAT69... um estrago. Pelo menos conseguimos descarregar e iniciar algo parecido com uma
montagem de equipamento: tiramos e arrastamos os móveis da sala e instalamos a
bateria em cima do tapete.
Chuva e
garoa impertinentes.
Porrete miserável... friends will be
friends!!!! A última olhadinha no relógio marcava 4:12h. Desmaio.
A sala acabou sendo da bateria e da técnica, pois eu teria que gravar e tocar, não levamos operador.
O amplificador de guitarra, um Peavey Bandit, veterano de 1992, ficou dentro do armário em outro quarto, com 2 microfones Shure PG 81 posicionados da seguinte maneira, 1 próximo ao alto falante e o outro no meio do quarto, captando a ambiência.
A sala antes, com o colchão improvisado que serviu para cortar a reverberação, popular abafador.
Durante a montagem e os brindes...
A bateria foi montada já na primeira noite.
O restante ficou para o dia seguinte, o cansaço era grande.
PRIMEIRO DIA – terça-feira, 31 de julho
Montagem
oficial da tralha toda, uma decepção, não trouxe o cabo ótico e teremos que
gravar tudo em 8 canais e não em 16 como tinha previsto. Uma pena, mas valerão a
baterias e uma guitarra guia, terei que gravar o baixo e os vocais em overdubs após as tomadas de bateria, de qualquer modo, gravaremos com todos os 3 tocando juntos, para dar clima, segurança e maior conhecimento das canções que embora sejam bem conhecidas minhas, sofrerão ajustes e interferências naturais, contribuições bem vindas dos outros músicos.
Ressaca
animal!! Só pegamos no tranco depois das 14 horas, o Juninho só às 19:30,
quando conseguimos
fazer algo parecido
com rock and roll.
Cabos e tralhas indispensáveis à gravação. Tantos cabos e ainda assim faltou um.
Batera Microfonada
Não parece né? mas até que o Alberto ajudou sim.
Primeiros ajustes "teste... som...1,2"
Mesinha guerreira, percebi que estava com um canal de saída queimado, ouvimos tudo em mono, tipo Brian Wilson
Testes ok, ensaiando a primeira.
A visão do baterista.
O Juninho só funcionou ás 19:30, porque o LAF do BAAF e o
Albert, ficaram horas enrolados num monte de spaghetti de cobre e borrachas,
que eram os quilômetros de fios necessários para a ligação da parafernália
necessária para as gravações.
Conseguimos
gravar 2 versões de um instrumental para o filme A LATA LÁ.
Valeu.
Obs:
resgistre-se aqui que o Rolando Castello Junior batizou a banda :
FERRYBOAT.
Adorei, ´pois meu primeiro e-mail é
ferryboat@ig.com.br
desde 2001, lembro-me de ter feito o registro ainda com uma internet "discada", quando ouvíamos aquele barulhinho característico de berimbau de boca cada vez que acessávamos a rede. Meio caminho andado.
O magnifico, soberbo, fantástico e humilde baterista
Rolando Castello Junior, agradece o reconhecimento de sua magnifica, soberba,
fantástica e humilde sugestão.
Chuva o dia
inteiro, chuvinha e chuvaréu.
Praia de rockeiro só poderia ser assim mesmo, senão não é
rock.
NOSSAS CAMAS:
BOM DIA:
AO TRABALHO RAPAZES
SEGUNDO DIA
– quarta feira, 1 de agosto
Acordamos relativamente cedo e ainda antes do almoço gravamos a trilha do filme “instrumental 1”, “Trem Para o Perú”, “Ligação A Cobrar” e “Roleta Russa Dupla”, vários takes. Bem, com essa neblina toda o clima era para “Blues Das Sombras”, total.
Pausa após o almoço, vamos achar uma internet para saber do resto do mundo, dar uns telefonemas e respirar uma neblina.
Internet free na APMP, maravilha wireless.
Comentário
do dia é do Juninho: “ amanhã teremos que tomar um banho”, me obriga a trocar a
resistência do chuveiro, está frio na
praia e uma neblina cobre a cidade inteira, visibilidade conturbada, nunca vi
tão densa, tão baixa e a essa hora da tarde, são 14h.
A NEBLINA CHEGOU A PARALIZAR A TRAVESSIA DO FERRYBOAT CAIOBÁ/GUARATUBA:
Logo
voltaremos para mais uma sessão com mais algumas canções.
Conseguimos
ainda trabalhar “Meu Oxigênio”, que teremos que ouvir amanhã e “Pânico em PVC”, a
complementar com overdubs de batera e percussão também a posteriori. Hoje foram mais de 8 horas de
studio, cansou. Vamos tomar uma cerveja pra recuperar a rouquidão. São 22:05,
Dona Esther, a vizinha, deve estar contente de assistir sua tevezinha sem
barulho.
Back up pra
garantir e boa noite. ___Tá gelada essa?
Última
olhada no relógio: 2h33m. Uahhhh!!!
TERCEIRO DIA
- quinta-feira, 2 de
agosto.
Sou o
primeiro a acordar às 9 da manhã . Uma forte dor nas costas me impediu de
dormir até mais tarde, o colchão da praia sempre faz isso comigo, me acostumarei
amanhã. Aproveito para dar uma caminhada até o mercadinho "Quinteto" para comprar
pão e na volta troco a resistência do
chuveiro, tomo um banho e
às 11:30,
todos de pé. Iniciaremos as gravações depois do almoço e iremos direto até
quando não aguentarmos mais, essa é a idéia. Alberto relaxa-nos com
instrumentais suaves ao
violão, como
sempre, coisas de 1965-72, um pesquisador, toca todas dos fab four, muito bom.
"Alberto nos brinda com uma sessão Beatles em meu Takamine, um afago para nossos ouvidos"
Rolando me
apresenta um comprimido-bomba chamado Tandrilax para dores musculares que é
tiro e queda, ou seja, cura a dor e derruba o freguês, dá uma piriguiçaa...
Tandrilax, equipamento fundamental para pegar a estrada,
principalmente para os veteranos, para mim é a salvação da pátria e não viajo
sem, pois um mal jeito pode tirar o batera de circulação, faz parte do
equipamento padrão junto com os tambores e pratos, God save rock and roll e
Tandrilax, o Ministério da Saúde adverte, consuma com moderação
Dia cinza, começa a chegar gente no balneário,
estou um pouco deprimido, o saco começa a encher, vou sugerir as lentas pra
começar as sessões. Introspectivo.
Clima ótimo
para “Cascatas & Cataratas”, Preguiçosamente partimos para “Cascafel” (que justamente ficou de fora do material do CD porque achei que a canção deve ter outro tratamento, mais acústico e por isso ficou para um próximo projeto, enfim, voltou para a gaveta) “Homens Azuis”, climão... um café e direto para
“Musa Punk”... hmmm,
empacou,
fica pra amanhã. O dia se abriu em um solzão que incrivelmente não esquenta .
Chegou mais uma vizinha, Dona Rosinha, do prédio em frente à casa, gente boa,
fica só lá em cima olhando...
Pausa, café,
cigarro, fotos na praia, passeiozinho na APMP, agasalhado de moletom,
Fotos no automático não convenceram...
cafezinho
e vamos tentar "Noite de Luau", muito apropriado, a lua cheia está uma loucura. Ainda saiu
uma jam session de 10 minutos sobre “Já Está Na Hora de Você Ser Você Mesmo”,
uau!! O velho baterista arriou a carcaça, acho que precisamos dar um tempo por
hoje, são 20:29h. Uma voltinha em Praia de Leste, uma cerveja no calçadão, mais
fotos e cama. Amanhã começaremos de manhã, está combinado, sem excessos hoje.
Bestamente
levei a máquina fotográfica para a noite e só consegui atiçar a cobiça dos
flanelas nóias que não tiraram o olho babão dela, até quebrou o clima e
voltamos para o Birutas, onde a charmosa Grace (ou seria Sheila, ah sim,
Dayane) nos serviu algumas cervejas na densa neblina que já está se tornando
normal , o Rolando até se animou em traçar uma porção de camarão crocante, mas
fica meio difícil depois da janta. Em casa constatei algumas armadilhas
eletrônicas que tive que corrigir e fazer algumas edições, back ups, enfim,
estou indo pra cama às 2:34h. Amanhã o dia promete. Bom descanso.
Confesso que para gravar tantas musicas em tão pouco
tempo, me vi forçado a mais vil chantagem junto ao LAF do BAAF, só seguiria
gravando as baterias, mediante doses generosas da lasanha da Leila, um novo
vicio adquirido nessas beach sessions.
QUARTO
DIA 3 de agosto
Rotina,
levantar, ir até o mercadinho "Quinteto" comprar pão, tomar café, conversar, ouvir as
bases e começar o trabalho. Hoje o dia foi em homenagem ao Marinho Bocão e a
RRRRARRRRRARRRRÁ RRRECORDS PRODUCTIONS , porque, como dizia Bocão, “ dever é
viver”.
Fiz questão e pedi ao LAF do BAAF, autorização para
dedicar meu trabalho de bateria neste disco, ao meu querido amigo Marinho
Bocão, talvez o melhor batera de rock que o Paraná já teve, sim todos os que o
conhecemos sabemos que o Marinho era muito louco, sua loucura e apetite pelas
drogas eram terríveis, mas na mesma
proporção desse descontrole, ou até mais, residia uma alma boa e querida, um
amigo para todas as horas, um baterista extremamente sensível e habilidoso.
Você ter uma atitude rocker, é um desafio perigoso,
infelizmente o Marinho ultrapassou, e muito essa fronteira, da persona e da
pessoa, e pagou o preço de tal temeridade.
Mas essa tragédia que foi seu final, não tirará ou
ofuscará jamais seu brilho como baterista, brilho tão belo como o revestimento
Silver Sparckle de sua bateria Rogers,rárárá.
Marinho Bocão (R.I.P.)
Vamos ao que
deixamos de ontem pra hoje: “Pânico em PVC”, de novo as bases todas.
“Ventilador de Teto”, “O Atirador do Campo de Centeio” e “Musa Punk”, a campeã
de takes, com um total de 57 minutos de versões gravadas, acho que conseguimos
uma boa tomada, também... A idéia agora é fazer as fotos da banda no Ferryboat, lógico, mas hoje o
nevoeiro fechou o porto do Ferryboat por falta de visibilidade, mais de 3 km de
fila de cada lado, vamos ver como estará amanhã. De qualquer forma as fotos para “Ventilador
de Teto” estão garantidas, na casa tem uns 9 de várias cores e modelos.
QUINTO DIA,
4 de agosto, sábado de sol e céu de brigadeiro.
Deixo pra lá
Boogie Tupiniquim por achar que o material que temos já é suficiente para uma
boa seleção. Obrigado LAF do BAAF, por aliviar a
empreitada.
Hoje vem
minha família, mulher, filha e mãe, estou precisando delas.
Começamos a
desmontar a bateria, amanhã levarei o Rolando para o aeroporto.
Hoje tem
foto no Ferryboat, ISSAAAAH turistada!!
Muito a fim
de um passeio pela praia. Esperando minhas queridinhas.
Chegam
minhas mulheres: Lilian, Lana e Josyra, respectivamente minha esposa, minha filha e minha mãe, Estava com saudades, tiro a manhã para ficar com elas e à tarde iremos ao
Ferryboat.
Eu e minha mulher, Lilian
Lana, minha filha caçula, então com 8 aninhos
Minha mãe, Dona Josyra.
A Lilian tem um olho muito bom para fotografia e tirou fotos
fantásticas da Baia de Guaratuba com um por de sol cinematográfico, um
belíssimo final de tarde.
O São Benedito fica na cozinha da casa, para que ali nunca falte comida, enfim, mais uma foto da Lilian.
A Lana se encarregou de fazer as fotos dos
ventiladores de teto, gracinha.
Não gravamos nada hoje, à noite chega com caipirinhas
de morango despedida do Juninho. Amanhã será outro dia.
Me mudo para a APMP
para ficar com minha esposa. Não era meia noite quando peguei a roupa de cama e
me despedi dos Brothers.
Que singelo, e lá se foi o LAF do BAAF, para o seu hotel,
deixando-nos sós, eu, Albert e Smirnoff, pobre do russo o matamos sem piedade e
também nos matamos mais um pouquinho, eu e Albert, isso sim, sempre ao som
sessentista e setentista de um aparelhinho do Albert, que tinha milhares de
musicas, que diferença da época dos cassetes
SEXTO DIA, 5
de agosto. Domingo.
Vejo o sol
nascer lindão entre nuvens e vou direto acordar o Rolando em casa para levá-lo
ao aeroporto. Seu vôo só sai às 10:40 mas ele faz questão absoluta de chegar ao
aeroporto com 2 (DUAS!!!) horas de mineiríssima antecedência. Não discuto.
Chego em casa e o cara já está esperando com as malas prontas, cigarrinho aceso
: “Tá na hora já?”.
Eu: “Não ainda, é
que eu esqueci minha escova de dentes “. Escovo os dentes, troco de roupa por uma
mais quentinha e pegamos a estrada às 7:15. Às 7:35 o Alberto liga no celular:
“Cara, sua mãe está aqui...” putz , bem que eu achei que deveria tê-la chamado,
ela queria ir junto até o aeroporto. Convenço-a
a ficar
pois já tinha tomado uma
boa dianteira e
não iria voltar mesmo e, cá pra nós, ainda mais para pegar alguém que iria
ficar de olho no meu velocímetro.



Deixo meu brother no aeroporto tão rápido que
nem deu pra ouvir todos os AC/DC com o Bon Scotch que eu tinha achado no meu
pen drive, recuerdo de meu amigo Rodrigo Piazeta, o cara que garante a consistência
dos softwares desta produção dando uma boa geral no HD antes de mais nada.
Volto pra praia, chego pro café, às 10:05, junto com a frente fria que
novamente deixou tudo cinza, frio mas pelo menos hoje não tem nevoeiro e a
estrada foi bem tranquila. Agora são 11:35 e o Alberto, que voltou a dormir,
ainda não acordou. Tudo bem, decido que vou fazer os back ups dos áudios, fotos
e uns filmes do celular, trocar cordas da guitarra e preparar para as gravações
hoje à tarde, depois do churrasco, até cansar, começaremos com o baixo e uma
guia de voz, depois conto mais... Acho que vou dar uma esticadinha nesse sofá,
um torcicolozinho maroto está me lembrando que já não tenho mais 25. Miserável!
Compra Tandrilax meu!
Todo mundo
faminto, churrasco cancelado, vamos a um bom buffet por quilo em Praia de
Leste, que no domingão é sensacional, carne, peixe, barreado, empadão e tantas
outras opções que fica bem difícil escolher.
Não tem pós produção esse almoço e ainda saiu baratinho.
Gravamos os
contra baixos do Alberto na seguinte sequencia:
“Musa Punk”
– a mais ensaiada de todas, afinal foram 17 takes, tocamos a música umas 60
vezes, exagerando um pouco , é claro.
“Homens
Azuis”, “Luau”, “Ventilador de Teto”,
“Cascafel “, “Ligação a Cobrar “, As três últimas músicas utilizamos uma
técnica que aprendi gravando o baixista sérvio radicado em Curitiba Kosta Matewski, que coloca um pedaço de
esponja de lavar louça nas corda para abafá-las, dando um som mais seco,
grave, interessante e necessário para
essas canções. Talvez na primeira das 3 eu junte os 2 sons, com e sem esponja,
experiências sonoras interessantes.
Poor Albert, estava ressabiado com essa ideia da esponja,
espero que ao menos tenha sido uma esponja nova lá do Quinteto.
SÉTIMO DIA,
segunda-feira, 6 de agosto. Nublado, um pouco frio e totalmente cinzento.
As mulheres
de minha família vão embora de manhã e estamos preparados para uma maratona de
contra baixo, pois será o último dia do Alberto comigo, ele vai para Ipanema, outro balneário alguns quilometros adiante, no sentido de Pontal do Paraná e da Ilha do Mel, paraíso na terra. Alberto vai encontrar sua mulher Lícia, e cuidar da reforma e manutenção de sua casa de praia.
Ficarei sozinho amanhã e depois para gravar guitarras e finalizar as trilhas
d’A Lata Lá. Saudades do Giuseppe, meu filho que não veio com o resto da
família, já começo a ficar tenso em pensar que ficarei sozinho nesse deserto
que é esse balneário de segunda a quarta feira.
Vamos
trabalhar, Alberto faz seu sistemático tratamento fitoterapêutico e logo estará
prontinho para horas e horas de trabalho duro.
Hum, entendo, tratamento fitoterapêutico, conheço bem e
recomendo.
Começamos
com “Um Trem Para o Perú”, com direito a um baixo a 4 mãos, pois, para encurtar
o tempo, repeti a frase de guitarra no baixo, mas a levada geral da música
ficou a cargo do Alberto e ficou ótima, uma das minhas favoritas até agora.
“Blues das
Sombras” também foi neste dia cinza uma apropriada canção. Acertamos algumas
dissonâncias necessárias e em 3 takes acho que matamos. Preciso de uma voz
feminina para uns backings necessários, já sei quem convidar. Alberto prometeu
um hammond também muito apropriado para esta canção, resolveremos em Curitiba
se faremos ou não os overdubs.
Passamos
bem pela “Roleta Russa Dupla”, punk rock,
simplicidade e velocidade, os solos ficarão pra mais tarde e o destaque são os
rolos de Rolando que colocou sua batera como uma luva para esta canção.
Vrrrrummmmmmm!!!!
Um preparo
psicológico para o baixo da jam session de 10 minutos “Já(m) Está Na Hora de Você
Ser Você Mesmo”, depois, pausa para o almoço e pra cabeça. A última faixa já
está escolhida, não pela qualidade, mas porque não deixar por último uma
session de 10 minutos?? na pior das hipóteses é um teste de resistência para o ouvinte.
Após o
frango com arroz, batatas, cebola e temperos variados, só que sem o frango, que ficou todo em outro recipiente consumido dias antes, partimos
para “A Lata Lá”, a trilha de abertura, que deu bastante trabalho para
adequar o tempo da música ao tempo do
filme, viu Chico? Mas acho que está
ficando bacana.
Voltando ao
filme, “Trilha 2” direto na agulha, tranquilo, tranquilo.
Acaba aqui a
participação do Alberto como baixista, me deixando a incumbência de fazer o
baixo de “Meu Oxigênio”, bem difícil, vou ter que estudar um pouco.
Saímos pra
comer um sanduíche quando recebo um torpedo da Lilian dizendo que minha mãe
havia pego o ônibus das 18:30 de volta para a praia, chegaria às 20h. Vou para
a rodoviária sem comer o sanduíche, pois já são 20h. Minha mãe não estava no
ônibus. Pronto... ligo pra casa dela, pra minha casa, vou pra rodoviária, vou
pra casa, até que recebo um telefonema de uma senhora dizendo: “ela estava
muito nervosa, aqui em Matinhos (estou em Praia de Leste), mas se despediu de
mim e entrou num ônibus”... as boas pessoas que aparecem... Deus abençoe a mulher que estava sozinha na rodoviária e minha mãe lhe deu o número do celular para que ligasse pra mim, mas quando ela conseguiu, minha mãe já havia partido a uns 2 minutos.
Minha mãe
tem 74 anos e já teve um AVC, quase
entro em pânico quando o ônibus que chega de Matinhos quase 1 hora depois não traz a
Dona Josyra. Entro no ônibus fazendo perguntas e um senhor me diz que desceu
uma senhora idosa em uma casa, no meio do caminho. Tenho vontade de bater na
minha mãe, entro no carro e corro fazer o caminho do ônibus. Encontro minha mãe
sentada na cadeira de balanço na minha segunda volta pra casa. Desencontro
total. Ela ficou com peninha de mim por ficar sozinho nesse fim de mundo. Puxa!
Vou ver se
fico agora fazendo muito barulho até umas 3 da manhã. É o rock pra mãezinha,
rerere...
Inútil, ela vai para o meu quarto, fecha a porta e dorme um sono de pedra.
Acabei o baixo, acho que mais 1 ou 2
violõezinhos... nem é madrugada ainda...
2:01h. Basta
por hoje.
OITAVO DIA –
07 de agosto.
Mais um dia
que amanhece ensolarado sem nenhuma nuvem no céu, mas ainda não esquentou e já
são quase 10 da manhã. Minha mãe fez café e está muito bem, foi até o
mercadinho comprar uma saladinha pro almoço. Já nem lembro do perrengue de
ontem.
A ordem
agora é gravar guitarras. Coloquei no guarda roupas vazio o amplificador e
alguns colchões nas paredes para não incomodar muitíssimo minha mãe e também os
de fora, assim posso descer o braço e soltar a mão na guitarra sem compaixão.
Que venham as canções.
Gravei a maioria das guitarras com minha Fender Telecaster Squire Custom "made in Indonésia", muito macia, mas fiz alguns detalhes com minha Gibson Les Paul Recording Studio, uma raridade.
Não parei
ainda, pela primeira vez vou ouvir todas as gravações de uma vez só, gravando e
mexendo na maioria. Estou gostando do resultado, já deu saudade dessa semana
que fiquei com os amigos tocando, gravando, bebendo um pouco também (v.
cardápio líquido). Enfim, me diverti, este internamento foi muito bom para mim.
Embora tenha deixado algumas oportunidades que pudessem me dar mais dinheiro,
acho que valeu a pena dar um tempo para algo que eu vou me lembrar para o resto
da vida, uma semana danada de boa que vai deixar dois
repertórios, o
musical e o de boas lembranças gravados respectivamente nas memória
s virtual e orgânica para
que eu e as pessoas ligadas a mim de alguma
forma possamos
voltar um pouquinho no
espaço tempo
a esta semana, a este lugar
e reviver FERRYBOAT, 10 DIAS NA PRAIA, com Luiz Ferreira, Rolando Castello Junior
e Alberto Lins. Uma odisseia de blues e de rock.
Valeu Brothers.
Amanhã às
7:30h o Alberto vem para carregar o carro e subir a serra rumo a Curitiba, o
trabalho continua, falta gravar as vozes pra valer, alguns solos e bases de
guitarra e violão, os cellos e os convidados. Pretendo apresentar este material
até dezembro, mas não é uma promessa, mostrarei quando estiver pronto, em um meio
digital que poderá ser ou não físico, de qualquer forma já solicitei o auxílio
da Lilian para fazer um material gráfico para uma possível capa e tenho um bom
registro fotográfico, pode ser um bom começo.
São 23:28h e
tenho que embalar tudo para a volta pra casa.
Cambio.
Desligo... Não... o que é aquilo ali no cantinho que eu encontro somente agora
que estou embalando tudo para ir embora?? não pode ser... mas é: O CABO ÓTICO.
Boa noite.
NONO DIA – 8
de agosto – nubladinho.
Pontualmente
às 7:30 ouço a buzina no carro do Alberto. Levanto, jogo uma água na cara e vou
atendê-lo. Dona Josyra já estava fazendo
o café. Alberto e Lícia, sua mulher estavam bem dispostos e de ótimo humor.
Aceitaram um cafezinho, enquanto isso mentalizávamos o que iria onde em qual
carro. Não eram nem 8 da manhã quando deram adeus e pegaram a estrada. Eu
combinei de encontrar o Alberto em seguida, pretendia sair em, no máximo, meia
hora.
9:45h ligo
pro Alberto avisando que atrasei um pouquinho e que ligaria quando chegasse.
Ele já estava em Curitiba e fazia uma horinha para me encontrar mas já que
demoraria um pouco, iria pra casa.
Sigo
tranquilo pela PR 277 quando sou obrigado a parar, por volta de 11 da manhã, um
congestionamento muito próximo a Curitiba, dá pra ver a rodovia do contorno que
atravessa a 277 em um viaduto onde também estava tudo parado... opa!!!

Começo telefonando
pra Ecovia, operadora do pedágio. A moça atende e diz que não tem nada a ver
com isso, trata-se de um protesto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ligo
para a PRF e pergunto o que houve, afinal eu estava sem TV, internet, jornal ,
rádio ou fofoqueiros durante uma semana, não sabia de nada. O “tira”
atenciosamente me informa que o sindicato da categoria está fazendo um protesto
na rodovia do contorno, ao que tudo indica, tudo havia começado naquele
instante, eu devia estar a menos de 500m do bloqueio, previsão de liberação? Às
15h. Naquele momento me bateu uma fome danada, sede e uma vontade animal de
mijar, eram 12:10h. Dona Josyra, que estava comigo já foi pegando um lençol e
disse que ia fazer uma cabaninha pra fazer um xixi ali mesmo na rodovia.
Felizmente o caminhão da direita andou um pouquinho, eu peguei uma saída
covardona pelo acostamento e no primeiro desvio eu entrei, não tinha ninguém
indo para Piraquara naquele momento. Liguei para o Alberto e ele me disse que
quando passou por ali viu algum movimento mas não tomou conhecimento, passou batido e agora iria esperar um sofá que ele e a mulher haviam comprado e seria entregue à
tarde em sua casa.
Às 13h sento
com minha mãe para almoçar em uma de nossas churrascarias preferidas, boa e
barata, com um matambre recheado de dar água na boca... valeu a espera.
Depois do
almoço a garôa já dá o ar de sua graça juntamente com a tradicional friaca curitibana. Descarrego a Saveiro na casa de minha mãe, descarrego a bateria no
studio do Alexandre Benato, grande brother e vou até a casa do Alberto pegar as
coisas que ficaram no seu carro, já que ele não poderia sair por causa do sofá recém adquirido e é claro que não entregaram ainda. Pego tudo e descarrego na casa da Dona
Josyra. Santa mãezinha. Estou moído quando chego em casa para uma ducha
maravilhosa daquelas que só se consegue com aquecimento a gás. 19 horas e eu só
quero matar a saudade da família em um animado lanche/jantar. Caio na cama e desmaio. Boa
noit...zzzzzzzzzzzzzzzz.
DÉCIMO DIA –
9 de agosto – solzão curitibano.
De volta à civilização.
Acordo mais
ou menos cedo, a Lilian já está dando bronca na Lana que não quer levantar e ir
para a escola, hoje é dia de aula de violão. Ela vai e volta me pegar para
irmos até nosso ex café/restaurante, o Stereo Toater Café, temos que ir retirando
coisas para liberar o espaço para novos possíveis proprietários. Respondo
e-mails, leio alguns posts no facebook, alguns blogs interessantes, um
pouquinho de olimpíadas e vamos para o Stereo Toaster. Mexe coisa, tira do
lugar, carrega o carro, tira daqui, põe ali, libera geladeira, desliga da
tomada, liga pra cancelar contratos, descarrega o carro em casa e segue pegar
minha mãe para um almoço rápido, preciso montar o studio para finalizar a
trilha do filme A Lata Lá, o Chico já está ansioso para conhecer alguma coisa
que gravamos.
Chico Cardoso, diretor do filme "A Lata Lá"
Chego no
quartinho de minha mãe às 14h, peço para meu filho levá-la comprar remédios e
fazer a loto enquanto pego no pesado, o trabalho é mais difícil do que eu
pensei, toneladas de revistas, papel velho e alguns documentos importantes dela
estão misturados por todo o quartinho e eu resolvo organizar a bagaça toda.
Empilho as revistas em uma pilha quase do meu tamanho, separo contas pagas,
contratos de venda de imóveis, contra cheques, extratos bancário etc em uma
sacola bem descolada, digo vistosa e bonitona, coloco coisas em caixas, tiro caixas do caminho, afasto
móveis, jogo muito papel fora e ainda assim não consigo nem começar a montar o
studio. Minha mãe tem T.O.C. e guarda papel, revistas e tecidos. Tecidos estão
por todo o apartamento dela, já colocamos 3 (TRÊS) armários grandes para
guardar os panos que ela não deixa jogar fora e ainda assim eles estão por todo
lugar. Consigo liberar um espaço para trabalhar mas hoje não consigo fazer mais
nada, o trabalho braçal mais uma vez me deixou exausto.
À noite
planejo ir ao encontro de meu amigo Toninho Vaz, que fará uma palestra sobre seu excelente livro
“Solar da Fossa” no Café Mafalda, eu mesmo o apresentei à dona do café,
a
Ieda, grande pessoa amiga das artes e
dos artistas. Vou fazer uma surpresa, só uma olhadinha na tv e...
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
acordo meia noite meia, tiro as meias e deito na cama. Desculpe Toninho,
ando meio cansadão.
CAPA DO LIVRO SOLAR DA FOSSA, DE TONINHO VAZ.
DÉCIMO
PRIMEIRO DIA, 10 de agosto-solzão de sair de bermuda.
Acordo bem
disposto, o clima lá em casa está ótimo, Giuseppe dorme tranquilo, Lilian e
Lana numa boa, aula só às 13:15h, banho pra despertar, um pouquinho de
olimpíadas, ginástica (na tv), luta
livre, boxe... adoro olimpíadas, porque não tem todo ano?
Quando nos
tocamos estamos todos atrasados e a correria começa pra fazer o almoço, Lilian
dá conta do recado é lógico, é chefe de cozinha, hoje tem diarista, a Cleusa, eu a chamo
carinhosamente de Créu, ela é bem do tipo interiorana, simplona, gente fina
mesmo e trabalha muito bem.
Não precisa
dizer que almoço, olimpíadas, família, computador, blogs, e-mails, notícias,
atualizações de programas etc me tomaram toda a manhã e meu plano de atravessar
o centro da cidade de bicicleta para montar o studio na casa de Dona Josyra
ficaram pra outro dia quando o Giuseppe, meu filho, me diz que tem que ir dar
aula de inglês para a sua avó, minha mãe, então, vou de carona na carona dura.
Chego e vou logo montando tudo, teste, teste, alo,alo.... já estou editando as
músicas e a salinha ficou um xuxu, tapetinho no chão e caixinhas na minha cara,
ficariam melhor se ficassem mais separadas, mas tudo bem, está ótimo e eu não
pago aluguel. “Por que você não montou o studio no Stereo Toaster?” me perguntou
a Lilian, pois é bem mais perto de casa e está vazio e disponível e tem muito
mais espaço. Mas é barulhento, fica de cara pra rua e passa muito carro,
preciso de silêncio ou isolamento acústico. O silêncio do quartinho na casa de
Dona Josyra é muito mais barato e ainda tomo conta da velhinha para que não se
meta em encrenca. Minha meta é comprar uma casa bem grande para morar todo
mundo junto, é claro que tem que ser grande o suficiente para ter um
apartamento só para a Dona Josyra guardar os seus paninhos e suas revistinhas
com muitas prateleiras e armários grandes. Tem que ter também uma sala boa para
ensaio, gravação e isolamento do mundo pra mim, para a Lilian terá um atelier bem
bacana para suas gravuras (ela é formada em gravura pela Belas Artes e faz trabalhos muito legais, não é à toa que eu a convidei para fazer a capa do CD) e suas gastronomias, espaço legal para as fotos do Giuseppe,
os cachorros e bonecas da Lana, uma churrasqueira para nossos amigos e espaço
pra essa gente toda quando fica muito junta não começar a brigar sem parar.
Já estou
exportando as primeiras provas do filme, combinei com o Chico que entrego na
segunda. Acho que ele vai gostar, espero
que goste mesmo.
Antes...
Depois...
Esse aí é o Giuseppe, meu filho mais velho. Bom garoto.
Overdubs fundamentais
Gravando as vozes todas
PÓS
PRODUÇÃO...
Dia 24 de
agosto.
Recebo um
e-mail muito triste do Rolando que me informa o falecimento de sua mãe na noite
passada. Imagino, faço uma vaga idéia do
tamanho da tristeza dele. Solidarizo-me
com sua dor. Força, meu amigo, lamento não poder estar aí contigo nessa hora
difícil. Vai daqui meu abraço.
Regravo a
voz e mexo na mixagem da triste canção “Homens Azuis” . Inevitável a ligação
com a tristeza de meu amigo. Mando pra ele bons pensamentos, no momento é tudo
o que posso fazer.
Dia 1 de
setembro
uma sinusite
me deixou fora do ar por , 2 dias com febre, calafrios, dor, idas ao otorrino, farmácia e hoje estou melhor.
Entre outros afazeres, tenho me empenhado em divulgar a venda de meu ex ponto
comercial, comecei a praticar pilates a um preço simpático junto com minha
mulher e temos sentido um bom resultado alongando tendões e corrigindo
posturas. Nossa filha está andando muito bem de bicicleta e temos feito
passeios ciclísticos interessantes.
Outro dia fui até o bar da esposa do Claudinho Pimentel, meu amigo e grande
violonista ele estava se para iniciar seu set, mas ia demorar um pouco e eu tinha muito o que pedalar até chegar em casa.
O saldo da
pós produção é bom, até agora consegui pré mixar 13 das 15 músicas gravadas na
praia. Aguardo um contato do meu amigo
Vitor França para uma audição técnica em seu studio para corrigir detalhes de
mixagem e discutir a masterização, um cara ocupado. O Rolando tem mandado sugestões por e-mail
também e são sempre bem vindas, mas o cara está com pouco tempo disponível,
bastante envolvido com as celebrações dos 35 (!!!) anos da Patrulha do Espaço,
sua banda oficial, ícone do rock brasileiro e muitos shows pra marcar. Enquanto
isso vou cuidando do blog, selecionando
fotos, com ideias sobre um post de uma canção. Os amigos querem ouvir e eu devo
isso a eles. O Walter Franco não deu sinal sobre a canção que eu gostaria que
ele cantasse, “PÂNICO EM PVC”, talvez ele tenha achado por demais “baixo astral”, afinal a letra simplesmente descreve um momento ruim na
vida de um cara que chega ao limite, nada a ver com “...mente quieta e coração
tranquilo...” talvez não dê certo sua participação, eu compreendo e lamento. O maestro Waltel Branco está
trabalhando em um arranjo de cordas para a música mais difícil conceitualmente
do repertório todo: “Cascatas & Cataratas”. Vai ser difícil, semana que vem
telefonarei para ele. Também não sei se vai dar certo, ainda tem o agravante de
conseguir o músico, eu tenho um amigo
violoncelista mas ainda nem sei se ele vai estar na cidade.
Enfim, entro
em setembro sem dinheiro, com muito o que fazer pelo projeto FERRYBOAT e pelas
minhas finanças. Um projeto da FUNARTE levará 72 bandas brasileiras para Portugal em 2013 e eu acho que tenho
obrigação de inscrever o Maxixe Machine, minha banda do coração verde e amarelinho,
isso também vai me consumir algumas horas.
Hoje ainda
eu vou conversar com Lilian mais
seriamente a respeito do material gráfico do cd.
Eu tenho
exatamente 72 latas redondas que sobraram da Grande Garagem Que Grava, um
projeto anterior de 8 anos com meu velho amigo Rodrigo Barros, não temos nada a
fazer com as latas, imagino fazer 72 cópias iniciais desse trabalho em gravura
da Lilian, bem artesanal mesmo, mas sem bixogrilagem, hippie não, isso é
bricolagem, “faça você mesmo”, é o que venho fazendo desde 1980 com algum
sucesso .
Pela quarta
vez fui convidado para o juri do KAISER SOUND FESTIVAL. Eu aceitei, claro, é uma ótima oportunidade
de estar por perto das novas bandas da cidade, tomar umas cervejas com os
amigos jurados das outras edições (Glauco
Solter, Zé Rodrigo e Beto K) e também ganhar uma graninha, afinal, estou duro e
neste mês tem aniversário da Lana e ela está precisando de uma bicicletinha um
pouco maior.
Os Membros do Juri: em pé estão Zé Rodrigo e Glauco Solter, sentados eu e Beto K,
14 de
setembro
Fui até o
interior no feriado visitar o sítio da família, uma estância de sossego,
passeios a cavalo, pescaria, caminhadas pelas estradinhas de terra
vermelha,
cozinha regional maravilhosa
da Maria, antiga funcionária da fazenda e uma das melhores cozinheiras que já
conheci. Manerei na comida, na cachacinha curtida no barril de caneleira, a
cervejinha inevitável
ao entardecer
calorento e poeirento, enfim, quase nem engordei muito.
Estou curado
da sinusite mas já peguei um resfriado na volta para Curitiba, a temperatura de
um dia par outro baixou uns 15 graus, posso estar exagerando um pouco...
Rebatizei
uma das músicas instrumentais que gravamos
para o filme do Chico de “Nevoeiro”, em homenagem às tardes nebulosas da
praia, inclusive foi a primeira música que gravamos, tinha que ter um título
especial.
Estou finalizando
a segunda mixagem, falta somente alguns detalhes para eu poder mandar um cd
para cada um de meus comparsas nessa empreitada.
Resolvi
fazer um cd com 12 músicas, deixando 3 de fora, como “sobra de estúdio”, não
ficaram tão ruins, vou deixar para download exclusivamente no site (
www.strereotoaster.com.br) que
mantenho muito material de bandas e artistas em um “player downloadeável”, uma
espécie de web rádio com uma programação de umas 14 horas de música aleatória.
A Jam session que fizemos com “Já Está Na Hora De Você Ser Você Mesmo” eu
resolvi deixar no cd como “Bônus Track”, daí o cd vai ficar com quase todos os
elementos de uma produção de verdade, só falta o clip, o show de lançamento, o
manager e a turnê...
Na boa, estou
satisfeito de ter feito um bom cd com um power trio tocando bem e honestamente
canções com algum conteúdo em em momento em que o rock anda tão esquecido por
aqui, são sobrepujado pelo sertanejo... também, atualmente a novidade do rock
são os emos e eles são muito novos, rasos e nenhum deles chegou nem perto de
ser um fenômeno de vendas como a gostosíssima Paula Fernandes.
Correndo por
fora a Patrulha do Espaço do Rolando está comemorando 35 anos de estrada e
estão vindo para Curitiba fazer um show ainda não sei onde, mas certamente
vamos colocar o FERRYBOAT para uma grande estreia ao vivo. Será dia 15 ou 16 de
novembro, o Rolando não me passou maiores detalhes,
ainda estou aguardando contato .
Patrulha do Espaço na década de 1970.
ORDEM
(provisória) DAS MÚSICAS NO CD:
1. TREM PARA O PERÚ
2. LIGAÇÃO A COBRAR
3. MUSA PUNK
4. O ATIRADOR DO CAMPO DE CENTEIO
5. VENTILADOR DE TETO
6. OS HOMENS AZUIS
7. BLUES DAS SOMBRAS
8. PÂNICO EM PVC
9. NEVOEIRO (A LATA LÁ2)
10.
MEU
OXIGÊNIO
11.
ROLETA
RUSSA DUPLA
BÔNUS
TRACK: JAM SESSION
12.
JÁ ESTÁ NA
HORA DE VOCÊ SER VOCÊ MESMO
13.
A LATA LÁ
(INSTRUMENTAL)
14.
CASCATAS E
CATARATAS
15.
LUAU
27 de
setembro
Como passa
rápido o tempo. Ainda mais para um homem sem grana como eu.
Estou
correndo atrás do “faz-me rir” há algum tempo, não está fácil, mas tenho
sobrevivido fazendo alguns bicos e pedalando bastante.
Hoje
completei a terceira versão do CD, ainda não mostrei nada para ninguém fora do
pequeno círculo de envolvidos diretamente no assunto. Sou muito criterioso e
isso acaba comigo, pois não é fácil ser muito perfeccionista finalizando um cd
gravado meio ao vivo com poucas condições e finalizado em um quartinho na casa
da sua mãe. Estou ficando um pouco ansioso, acho que está muito próximo do
final. Como dizem por aí: a mixagem não acaba, a gente se acaba e acaba com
ela.
Mudei a
ordem do CD:
ORDEM
(provisória) DAS MÚSICAS NO CD:
1. TREM PARA O PERÚ
2. LIGAÇÃO A COBRAR
3. MUSA PUNK
4. O ATIRADOR DO CAMPO DE CENTEIO
5. VENTILADOR DE TETO
6. NEVOEIRO
7. OS HOMENS AZUIS
8. BLUES DAS SOMBRAS
9. LUAU
10. NEVOEIRO
(VINHETA)
11. PÂNICO EM
PVC
12.MEU
OXIGÊNIO
13.ROLETA
RUSSA DUPLA
14.CASCATAS
& CATARATAS
15.A LATA LÁ
(INSTRUMENTAL)
16.JÁ(m) ESTÁ
NA HORA DE VOCÊ SER VOCÊ MESMO (Jam session)
Ouvi e não
gostei da voz que gravei em Ligação A Cobrar,
acho que estou levando essa
música muito a sério, o jeito é relaxar e tocar o foda-se, se ficar Magal, tudo
bem. Olha... gostei, de qualquer forma acho que o espírito dessa canção sempre
foi esse, caiu como uma luva, até gravei umas gracinhas no meio do solo,
carranca pra quê? Acho que resolvi.
Jogar fora o cd gravado e gravar outro, tomara que seja este o derradeiro, esta
tecnicidade toda está me saturando os decibéis...
04 de
outubro
Hoje mandei “Blues
das Sombras” para a Alice Ruiz ouvir. Ela gostou, fiquei orgulhoso, respeito
muito a opinião da poetiza, minha amiga é muito sábia em suas colocações.
Dei mais uma
ajustada em 2 canções, um pouquinho mais de guitarra em “Trem Para o Perú” e um
pouco mais de bateria em “Homens Azuis”, não muito.
Amanhã
colocarei no correio um projeto do Maxixe para Portugal e um cd para o exigente
baterista da FERRYBOAT.
Estou feliz
também pelo fato de não ter precisado me utilizar dos afinadores digitais para
este trabalho, não que esteja uma perfeição de afinação, mas não compromete e
acho legal assumir as pequenas desafinações humanizando ainda mais o lance,
parece estúpido, mas as coisas estão ficando todas muito robotizadas, isso pelo
não existe aqui, talvez numa próxima...
A Lilian
está trabalhando em um logotipo para a banda, assim que esteja pronto vou
colocar este texto no blog. Estou ansioso para saber a opinião dos amigos.
Shows do
Maxixe Machine, minha participação no Kaiser Sound e a agenda da Patrulha do
Espaço não vão permitir um lançamento com festa em novembro como eu gostaria,
vamos ver mais pra frente então.
Mudei a
ordem do CD, agora com “Nevoeiro” envolvendo as canções mais introspectivas,
ficou mais no clima:
ORDEM (acho
que definitiva) DAS MÚSICAS NO CD:
1. TREM PARA O PERÚ
2. LIGAÇÃO A COBRAR
3. MUSA PUNK
4. O ATIRADOR DO CAMPO DE CENTEIO
5. VENTILADOR DE TETO
6. NEVOEIRO
7. BLUES DAS SOMBRAS
8. OS HOMENS AZUIS
9. CASCATAS & CATARATAS
10. NEVOEIRO (vinheta)
11. MEU
OXIGÊNIO
12. ROLETA
RUSSA DUPLA
13.
A LATA LÁ
(INSTRUMENTAL)
14.
PÂNICO EM
PVC
15.
LUAU
16.JÁ(m) ESTÁ
NA HORA DE VOCÊ SER VOCÊ MESMO (Jam session)
O Sérgio Viralobos ouviu um cd que lhe dei e sugeriu que colocasse Pânico em PVC e Luau como faixas normais, eu ainda estou pensando.
Outra coisa que resolvi foi manter o trabalho somente com 3 pessoas, sem convidados, dá mais personalidade à banda.
Hoje é 15 de outubro e eu não viajei no feriado, postei o "fotoclip" Trem Para o Peru no youtube e avisei no facebook. Enviei nesta semana um cd para o Rolando, espero que agrade.
Dançou a participação do Walter Franco, quanto ao Maestro Waltel Branco, eu não pude comparecer à cerimônia de entrega de seu diploma pela UFPR de Doutor Honoris Causa por causa de um estúpido exame que eu havia marcado algumas semanas antes, uma endoscopia, como tomei Propofol (aquele anestésico que apagou M.J. lembra?) fiquei impossibilitado de qualquer ação e coberto de vergonha por ter perdido a cerimônia que ele, o próprio maestro fez questão de enviar o convite para minha casa, um mestre do conhecimento e da generosidade, estou em débito com ele. Tomando coragem vou fazer-lhe uma visita.
As coisas ficaram bem diferentes daquilo que eu esperava, mas a capa da lata está ficando muito linda, com a foto da Lilian do Ferryboat (balsa) à frente de um por do sol maravilhoso daquele final de tarde mágico.
Um colorido formidável tomou conta daquilo que eu inicialmente pensei cinza e nublado. Estou feliz com o resultado até agora, mas ainda acho que para fazer a parte física do CD precisarei de uma masterização mais profissional, em um studio maior, com um som bem mais alto do que o permitido pelas normas do condomínio do prédio de minha mãe. Ou não.
Primeiro estudo para a capa da lata do CD
QUINTA FEIRA, 18 de outubro
Enviei Pânico em PVC para o Carlos Careqa, afinal a música foi feita na casa dele, no seu piano e a seu respeito. Ele disse que gostou, mas acrescentou: " Não tomo lítio, rerere".
Para o Thadeu, o Polaco da Barreirinha, enviei "Noite de Luau" e mais algumas, ele curtiu.
Meus amigos estão gostando do material, acho que é isso que importa, fazer um trabalho sincero, mantendo a integridade artística e a liberdade criativa e, principalmente, que agrade os envolvidos diretamente no processo de produção.
FERRYBOAT
AGRADECE AFETUOSAMENTE:
Agradeço à minha
família pela compreensão e pelo apoio, ao Mola Jones pela confiança depositada
no empréstimo de seu instrumento querido, a bateria de tantas horas felizes, ao
Rodrigão pelos microfones, à Purkot Guitarras pelos ajustes em minha Les Paul, ao Rodrigo Piazeta pelos ajustes nos sofwares e hardwares e
principalmente aos meus comparsas desses 10 dias na praia, Rolando e Alberto,
sem vocês FERRYBOAT não existiria como banda. O prazer de gravar com esses
caras valeu a trabalheira toda.
O Rolando
dedica sua participação ao baterista curitibano Marinho Bocão, criador da
RRRaRRRaRRRRá Records e diversidades associadas, um grande músico que teve um
final
trágico e
precoce, descanse em paz. Agradece também às
Baterias Prime pela força toda.
O magnifico, soberbo, fantástico e humilde baterista
Rolando Castello Junior, agradece de coração a oportunidade de participar desse
projeto do LAF do BAAF, alias Ferryboat.
Confesso que tinha duas preocupações sérias em relação ao
projeto, a primeira era o volume grande de canções, 17, ainda mais sem ensaio
prévio, por minhas varias ative idades e viagens não pude ouvir com mais atenção
e tempo as canções, antes de gravá-las.
A segunda preocupação, era a incerteza em relação ao
baixista, que também seria dublê de técnico de gravação, desde um principio
essa função era para ser exercida pelo Eugênio KF, um querido amigo, parceiro
da Mariele Loyola no Cores de Flores e exímio fuçador nessas coisa de
tecnologia digital, mas o cidadão simplesmente sumiu. Se alguém souber dele,
por favor nos informe, ainda estamos preocupados.
Em relação a essas duas preocupações, a resposta a
primeira, foi resolvida com mais ou menos umas 170 tomas de bateria, realmente
não gosto de trabalhar assim, tão despreparado, mas uma coisa posso garantir,
todas as bateras foram gravadas com tesão e respeito pelas canções, ainda que
em algum momento eu já nem sabia mais, em que musica eu estava gravando, se a
virada que era para Ventilador de Teto foi parar na Musa Punk, ou se a levada
de Homens Azuis era a levada de Cascafel, mas o trampo foi realizado, mais um
desafio vencido e felizmente o LAF do BAAF gostou do resultado.
A segunda preocupação, teve como resposta, o grato
conhecimento e convivência com o Alberto Lins, que em uns quantos dias já se
tornou um velho e querido amigo.
Agradeço ao Ferry pela oportunidade e por ter me
possibilitado essa nova amizade e acima de tudo pelas lasanhas da Leila.
Fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
*****Adendos aos adendos ao Diário de Bordo do Ferryboat do
Rolando Castello Junior, soberbo, magnifico etc etc... Por Luiz Ferreira, comandante de operações:
1 - Onde se lê “LAF DO BAAF”, entenda Luiz Antonio
Ferreira (L.A.F. - Eu) e BAAF é a abreviação de minha antiga banda, Beijo AA Força.
2- Onde se lê “Parati”,
entenda Saveiro, o veículo que tanto galho quebrou nessa produção,
juntamente com o Pallio do Alberto Lins, também chamado de Albert, pelo
Magnifico, etcetc... Rolando.
3- Onde se lê “Lasanhas da Leila”, entenda “Lasanhas da Lilian”, minha digníssima esposa,
excelente chef de cozinha e responsável pela nossa alimentação nesses dias
todos que ficamos na praia. Ela planejou o cardápio diário e produziu tudo com
alguma ajuda minha (mínima) e congelou tudo, o que foi maravilhoso, pois não
perdemos tempo cozinhando nem lavando panelas.
4- O Rolando chama as gravações “Beach Sessions”, o nome
provisório do projeto, antes de eu decidir chama-lo de 10 Dias Na Praia, achei
que ficaria estranho um nome em inglês para um repertório todo em português,
mas ficou o apelido carinhoso.
5-Onde se lê “magnifico,
soberbo, fantástico e humilde baterista Rolando Castello Junior”, entenda: menos Rolando, menos...
Dedico este
trabalho à minha família e aos amigos que acreditam na utopia do rock e a elevam para outras esferas, seja lá o que eu
queira dizer com isso, enfim, quem é do rock sabe bem do que se trata.
P.S.:
Encontra-se severamente abalada a auto
estima do caiçara, cidadão batalhador que vê sua cidade invadida por uma
multidão mal educada no verão e no resto do ano se encontra abandonado pelo
poder público. A falta de investimento em infra estrutura e capacitação profissional para receber o
turista, transforma nossos balneários em locais sujos e feios. Porque não
deixar a beleza de nossas praias predominar?
Frequento as praias do Paraná
desde que tenho 12 anos de idade e sempre achei que há muito por fazer, como
músico e compositor isso é tudo o que posso fazer, se você puder fazer alguma
coisa, faça.
EXTRAS:
Rides de monitoração (esquerda) e gravação
anotações sobre a primeira mixagem (acho que fiz umas 5)
Plano de stereo (pan)
CARDÁPIOS:
Gastronômico
SET LISTS:
Completo
Seleto
QUINTA-FEIRA, 6 DE MARÇO DE 2013.
A agenda de Rolando e a distância que nos separa me fez tomar a dura decisão de substituir o genial baterista. Como a bateria foi fundamental no conceito de FERRYBOAT, decidi colocar o Alberto na bateria (sim, o cara é baterista também) e para substituí-lo no baixo, um pouco por suposição minha e também por ser instigado pelo Rodrigão, meu amigo e colega de banda no Maxixe Machine, chamei para a função o carecão trash metal Ângelo Stroparo, um baixista muito bom que conheci quando fui jurado na primeira edição do Kaiser Sound Festival, a banda dele, a Macumbaria, foi a grande campeã daquela edição, fizeram apresentações impecáveis e mereceram, gostei muito das frases e da presença de palco do Ângelo, fiquei muito feliz quando ele aceitou meu convite, infelizmente a Macumbaria encerrou suas atividades e ele estava sem banda, louco pra tocar. Curtiu as canções e aceitou o desafio.
Neste momento estamos ensaiando para o lançamento do CD, marcado para dia 12 de abril no Jokers. Convidei para a abertura do evento a banda Defalla, meus amigos desde a década de 1980, quando ainda garotos vieram até Curitiba dividir o palco com o Beijo AA Força. Voltaram inúmeras vezes, é claro.
O que pesou para a escolha da banda convidada também foi uma história macabra:
eu fui em 1989 o programador artístico de um bar no Largo da Ordem chamado "Blues Bar". Num final de semana eu programei uma grande cartada, na sexta-feira Cães Vadius (SP) e Os Cervejas; no sábado tocariam Beijo AA Força e Defalla. Tocariam, pois na madrugada de sexta para sábado o bar pegou fogo e eu tive que tirar os caras do hotel, pois não teria grana para pagar os quartos e pedir perdão por ter que mandá-los de volta sem um puto de um cachê, fiquei imensamente constrangido e devendo essa pra eles.
Agora temos uma banda de rock e blues mais o Defalla querendo colocar fogo na cidade, mas sem vítimas, please.
Ângelo, eu e Alberto - a nova formação do FERRYBOAT
Cartaz do lançamento no Jokers.
LETRAS E CIFRAS:
BLUES DAS SOMBRAS
Letra: Alice Ruiz
Música: Luiz Ferreira
intro: Em / Am (3x ) B / B7
Em Am G (Em / Am / G )
PRECISO FAZER AS PAZES COM SUAS SOMBRAS
Em Am G (Em / Am / G )
PRECISO SER PACIENTE COM SUAS SOMBRAS
G (C / C# )
PRECISO ENTENDER AS SUAS SOMBRAS
D D7
PRA NÃO VER AS MINHAS
A A / B / C / C7 / D #7/4 / F#7/4
QUE ISSO SIM
Em / Am
ME ENSOMBRECE. (3X)
(solo)
G (C / C# )
PRECISO ENTENDER AS SUAS SOMBRAS
D D7
PRA NÃO VER AS MINHAS
A A / B / C / C7 / D #7/4 / F#7/4
QUE ISSO SIM
Em / Am
ME ENSOMBRECE. (3X)
Em / Am / G / Em
CASCATAS & CATARATAS
(Ferreira)
intro: 2X A D#m B G F#m D>>E A D>>E A (A G#)
F#m B
TANTO NOME PRA MENTIRA VIGORAR
E F#m (A - B)
TANTO VERBO E TANTA LÁBIA
F#m B
TANTA VOLTA PRA CHEGAR NESSE LUGAR
E F#m (A - B)
A VERDADE NÃO SE ABALA
E
QUANDO CHEGARÁ O DIA
E7 E
DA JUSTIÇA EMPLACAR
F#m (A - B)
A IGUALDADE IMPLACÁVEL
OS TRISTES HOMENS AZUIS
(Música:Ferreira / Letra: Marcos Prado)
intro: Am / A4 - F - G
A m A4
NÃO É BLUES, TRISTES, NÃO É MESMO
F G
A TRISTEZA NÃO FAZ UM HOMEM AZUL
Am A4 F
O BRANCO É BRANCO, O NEGRO É NEGRO
G G/G#
NINGUÉM É TRISTE, NÃO HÁ BLUES
Am A4 F G
SÓ EXISTEM OS TRISTES, OS TRISTES HOMENS AZUIS
F9 G4
ELES SE VESTEM DE BRANCO E DE NEGRO
Am7 F9
OS OUTROS VÊEM AZUL
G4 Am7
PORQUE NÃO SÃO NEM BRANCOS NEM NEGROS
F9 G4 Am7 (Am)
OS TRISTES HOMENS AZUIS
Am A4
NINGUÉM NASCE AZUL
F G
NÃO SE PÕE NO MUNDO ALGUÉM AZUL
Am A4 F G G/ G# Am
À LUZ DO SOL NÃO EXISTEM HOMENS AZUIS
Am A4
MAS QUANDO A NOITE CAI
F G G/ G#
SE LEVANTAM OS HOMENS AZUIS
F9 G4
ELES SE VESTEM DE BRANCO E DE NEGRO
Am7 F9
OS OUTROS VÊEM AZUL
G4 Am7
PORQUE NÃO SÃO NEM BRANCOS NEM NEGROS
F9 G4 Am7 (Am)
OS TRISTES HOMENS AZUIS
NÃO PASSA DE UMA LIGAÇÃO A COBRAR
(Ferreira/Sérgio Viralobos/Marcio “Cobaia” Goebert/ Francisco Cardoso)
Riff: Gm - Cm - Gm
Gm
EU DEVO TUDO ÀS MULHERES
MAS ESTE MÊS NÃO VOU PAGAR
Cm
VOU ARROLAR NOSSOS BENS
Gm
PRO HERDEIRO NÃO DESERDAR
Gm
JAZ O ELLANT, JOIAS NO PENHOR
Cm
O SENHORIO ME DESPEJOU DE PENHOIR
D#7
SE VOCÊ ESTÁ OUVINDO MINHA VOZ
D7
PODE TER CERTEZA QUE NÃO PASSA
Gm ( D7 Gm D7)
DE UMA LIGAÇÃO A COBRAR
(Riff)
Gm
SÓ ME RESTARAM AS COLHERES
DO FAQUEIRO QUE GANHEI POR ME CASAR
Cm
E IGUAL A MIM MAIS DE CEM
Gm
NÃO POSSO NEM RECLAMAR
Gm
CREDO EM CRUZ, CREIO NO SENHOR
Cm
DE GRAÇA A MIM SÓ RESTA AGORA REZAR
D#7
SE VOCÊ ESTÁ OUVINDO MINHA VOZ
D7
PODE TER CERTEZA QUE NÃO PASSA
Gm ( D7 Gm D7)
DE UMA LIGAÇÃO A COBRAR.
(solo) Gm Cm D#7 D7 Gm ( D7 Gm D7)
Gm
EU DEVO TUDO ÀS MULHERES
Cm
DE GRAÇA A MIM SÓ RESTA AGORA REZAR
D#7
SE VOCÊ ESTÁ OUVINDO MINHA VOZ
D7
PODE TER CERTEZA QUE NÃO PASSA
Gm ( D7 Gm D7)
DE UMA LIGAÇÃO A COBRAR.
D#7 D7
NÃO PASSA
Gm ( D7 Gm D7)
DE UMA LIGAÇÃO A COBRAR.
D#7 D7
NÃO PASSA
Gm ( D7 Gm D7) - Gm
DE UMA LIGAÇÃO A COBRAR.
LUAU
(Ferreira / Thadeu Wojciechowski)
(Gm C A# C G).......
ATENÇÃO!
PARA PEITOS DE SILICONE
SÉRIAS LESÕES NO CORAÇÃO
OBA!
FOI TÃO BOM TE ENCONTRAR
NESSA NOITE DE LUAR
AQUI NESSE MOMENTO RESPIRANDO OXIGÊNIO DO MELHOR
O ÁPICE DO NOSSO ASSUNTO
Gm F
FOI QUANDO A GENTE CHEGOU JUNTO
Gm F
E NA CÁLIDA CALADA DA NOITE
C Gm
SÓ SUSSURROS DE TOTAL PRAZER
MEU OXIGÊNIO
(Ferreira/ Beto Trindade/ Oneide Diedrich)
intro:C#m B>C#m7 F#m A B (2X)
C#m B>C#m7 F#m A - B
TE VI NO ESCURO
C#m B>C#m7 F#m A - B
TE SENTI DE OLHOS FECHADOS
C#m B>C#m7 F#m A - B
MINHAS MÃOS OUVIRAM
E
O SEU CORAÇÃO
G# G#7
FAZENDO QUE SIM
G# G#7
DIZENDO QUE NÃO
F# F#7 E
DEIXANDO-ME ASSIM: FANTOCHE
A B
SEM BANALIZAR O TOQUE
C#m B>C#m7 F#m A - B
DE ONDE VEM TUDO?
C#m B>C#m7 F#m
A BOCA E OS DENTES?
A B E
MINHA PELE CONTENTE
G# G#7
MEUS PÉS NEM AÍ
G# G#7
MEU PEITO QUE RI
F# F#7
FAZENDO DE TI
E A
MEU OXI GÊNIO
E A B B7
MEU OXI GÊNIO MAIS PURO
C#m C#m7 F#m
BABY VOCÊ NÃO TEM PREÇO
F#m7 C#m - C#m7
MAS ESSE HOTEL
A
VAI ME DEIXAR
B
DURO.
(SOLO E – A – E – A – B – E-F#m-A-B-F#m-E-F#m-A-B)
E A E
MEU OXI GÊNIO ….. MEU OXI
MUSA PUNK
(Música: Ferreira / Letra:Viralobos/M.Prado)
intro: Em – G – D – C – Am- C – Am – C – G (2X)
Em G D/A- C/G D/A- C/G
ISSO QUE NÓS TEMOS SÃO AMORES?
Em D Am - Am/G
ME PERGUNTO AO TE VER EMPUTECIDA
D D/C G – Em – G - Am
MASOQUISTA INSENSÍVEL A TANTAS DORES
D D7
CUTUCANDO COM PRAZER NOSSA FERIDA
Em G D/A- C/G D/A- C/G
ALQUIMISTA DE SOCOS, BEIJOS E LICORES
Em D Am - Am/G
MEXE O CALDEIRÃO DOIDA DRUIDA
D D/C Am - Am/G
ESQUISITA SEM TIRARES NEM PORES
D D/C Am - Am/G
DISPENSA GREGOS E TROIANOS DISTRAÍDA
D D/C G – Em – G - Am
E CONTRATA MUITOS OUTROS SEGUIDORES
D D7
SÓ PRA JUDIAR, MINHA QUERIDA? (D.C.)
G G7 G6 G5SUS
SINISTRA, MAGNÉTICA, HIPNÓTICOS HORRORES
C C7a C6 C (2X) G
SURGE TÃO BEM VINDA E ME ESCAPA AINDA MAIS LINDA MAIS LINDA
D/A – C/G (SOLO FINAL) - G – C – G – G -D – G – G – G - C – D - G.
O ATIRADOR DO CAMPO DE CENTEIO
(Ferreira / S. Viralobos)
Intro: A# - A – G – E – C – G – A – E – G – A – G – E (2X)
A A7 D7 D#º
NÃO HÁ NO CÉU LUGAR RUIM
Am Am/G B7 /4 B7 (Am - Am/G – B7/4 - B7)
RESTA SABER SE HÁ OU NÃO LUGAR PRA MIM
A# A G A E
ERA UM CARA SOLITÁRIO
C G A E
GOSTAVA DE ESCUTAR ROCK AND ROLL
G A G E
UM DIA PRECISOU MATAR
A# A G E
O ÍDOLO QUE MAIS AMOU
C G A E
COM CINCO BALAS COVARDONAS
G A G E
CALOU PRA SEMPRE O FALASTRÃO
A A7 D7 D#º
NÃO HÁ NO CÉU LUGAR RUIM
Am Am/G B7 /4 B7 (Am - Am/G – B7/4 - B7)
RESTA SABER SE HÁ OU NÃO LUGAR PRA MIM
A# A G A E
MUITO OBRIGADO IRMÃO
C G A E
VOCÊ NÃO PENSE QUE ME FEZ MAL
G A G E
ATÉ QUE ME FEZ UM FAVOR
A# A G E
O MUNDO ESTAVA PRECISANDO
C G A E
DE UMA NOTÍCIA HOMEM-BOMBA
G A G E
OUTRO CRISTO PRA CRUCIFICAR
ROLETA RUSSA DUPLA
(Música: Ferreira / Letra: Viralobos)
RIFF: Dm – A# - Gm - C
Dm A#
NOSSO AMOR ENTROU DERRAPANDO NA PISTA
Gm C
ATROPELOU TRANSEUNTES
Dm A#
FUROU O FAROL E O SINAL
Gm
EU QUERENDO MORRER
C C/A# - C/A - C/A# C
VOCÊ NÃO FICAR PRA VIÚVA
C C/A# - C/A - C/A# C
VOCÊ NÃO FICAR PRA VIÚVA
Dm A# Gm
FOI FÓRMULA INDI NA CONTRA MÃO (3X)
SOLO ( Dm – A# - Gm – C) 2X
Dm A#
SAÍMOS DE UM TÚNEL EM DISPARADA
Gm C
DIRETO PARA UM BECO SEM SAÍDA
Dm A#
E A LÁGRIMA CORREU
Dm A#
MUITO ATRASADA
Gm
PINGO D'ÁGUA QUE CAI
C - C/A# - C/A - C/A# C
NA CHUVA JÁ CHOVIDA
Dm A# Gm
FOI FÓRMULA INDI NA CONTRA MÃO (3X)
(SOLO) ( Dm – A# - Gm – C ) 2x
Dm A# Gm D m
FOI FÓRMULA INDI NA CONTRA MÃO (3X)
TREM PARA O PERÚ
(Ferreira)
E
ACORDO MAIS CEDO, COM DOR DE CABEÇA DEPOIS DE UMA NOITE RUIM
EU VIRO PRO LADO, NO MEU TRAVESSEIRO, ENVELOPE ENDEREÇADO A MIM
C#m
ERA UMA CARTA DE ADEUS QUE RESUMIDAMENTE DIZIA ASSIM (HEY HEY):
“ESSA NOITE EXTRAPOLOU
B
VOCÊ ME DESRESPEITOU
F#m
UM AMIGO SEMPRE ME CONVIDA
A
PARA IR ATÉ MACHU PICHU
C#m
É UMA PASSAGEM SÓ DE IDA
ELE SABE DO MEU SUPLÍCIO
B
TANTOS ANOS, TANTO DISPERDÍCIO
F#m
NÃO TENTE ME IMPEDIR
A
LOGO MAIS VOU EMBARCAR
E
NESSE TREM PARA O PERÚ “
E
EU PULO DA CAMA, ENTRO NA ROUPA, ESCADA NEM VEJO DESCER
C#m
EU LIGO MEU CARRO, NA PORTA DA RUA O CHÃO JÁ COMEÇA A TREMER (HEY HEY)
É QUE ESTOU PRESO NO TRÂNSITO
B
CARRO DA FRENTE NÃO QUER ANDAR
F#m
PRECISO ME LOCOMOVER
A
NÃO POSSO DEIXÁ-LA IR
C#m
ELA É TUDO PRA MIM EU SEI
NOSSAS BRIGAS SÃO TRIVIAIS
B
ACHEI QUE TUDO ESTARIA BEM
F#m
PRECISO CHEGAR A TEMPO
A
ELA NÃO PODE EMBARCAR
E
NESSE TREM PARA O PERÚ
(SOLO) 3 X C#m - B - F#m - A
E E
NESSE TREM PARA O PERÚ.
VENTILADOR DE TETO
(Ferreira)
intro: E
D#m F#m
NENHUM APARTAMENTO
A E
OU SUCESSO DO MOMENTO
D#m F#m
NEM O CARRO LANÇAMENTO
A E
VAI FAZER VOCÊ FELIZ
D#m F#m
COMO UM VENTILADOR DE TETO
A E
E O CLIMA CORRETO
D#m F#m
QUENTE ÚMIDO E DIRETO
A E (A4/9)
DIRETO COM O SEU AMOR
A E (A4/9)
COM O SEU AMOR
A E
COM O SEU AMOR
D#m F#m
TODA A RIQUEZA
A E
QUE SEU PAI ACUMULOU
D#m F#m
PODE TER CERTEZA
A E
NÃO VALE UM VERÃO
D#m F#m
COM UM VENTILADOR DE TETO
A E
E O CLIMA CORRETO
D#m F#m
QUENTE ÚMIDO E DIRETO
A E (A4/9)
DIRETO COM O SEU AMOR
A E (A4/9)
COM O SEU AMOR
A E
COM O SEU AMOR
(SOLO)
D#m / F#m / A / E /
D#m / F#m / A / E / (A4/9)
A / E / (A4/9)
A / E / (A4/9)
A / E